sábado, 1 de março de 2008

O tal rock n' roll bem feitinho, de qualidade, não importa em que cidade

A “ponte rodoviária” Umuarama-Maringá tem me deixado, com muita freqüência, por fora do circuito dos grandes shows. Isso porque quase nunca estou no lugar certo, na hora certa. A última vez que me lembro de ter visto um bom show em Umuarama, por exemplo, foi no dia 13 de outubro do ano passado (dia do meu aniversário, diga-se de passagem). A noite, que pra mim era especial, foi embalada por bandas de amigos queridos como os curitibanos do Terminal Guadalupe e os umuaramenses da Joke Box e do Nevilton.

Outra data também merece destaque na lista de bons shows que já fui, mas para isso, me permito adiantar o tempo; ou seja, pulando as datas festivas do Natal e Ano Novo, vou direto ao carnaval. E que carnaval! Não tinha nada de peitos e bundas à mostra como na Globo, não! O meu carnaval foi num Grito Rock (um festival sul-americano que esse ano chegou a Maringá, especificamente ao Tribo’s Bar, em plenos sábado e domingo de carnaval e contou com algumas das melhores bandas da cena independente).

Infelizmente, devido à crise nos horários de ônibus de Umuarama para Maringá, não pude comparecer na noite de sábado, mas o domingo prometia dentre outras bandas, ser esquentado pela loucura dos londrinenses do Dizzaster, a voz rouca de Dani Corazza à frente do Leminskes e a presença, novamente, dos meus conterrâneos da banda Nevilton que mesmo tocando apenas por 30 minutos, deram um show à parte. Tanto que se ouvia ao longe desde comentários do tipo “nossa, mas eles são bons, hein?” até a curiosidade sobre o nome da banda (que pode parecer óbvio para alguns, mas que é assunto para um próximo texto, quem sabe).

E em meio a conversas de mesa em mesa, lá se via o vocalista, o tal do Nevilton, entregando todo empolgado os CDs da banda (quase que artesanais, se assim posso definir) para quem ficasse com gostinho de quero mais. É, e pelo jeito o público havia gostado do som dos meninos, afinal, depois de duas semanas contadas nos dedos eles voltaram a Maringá (agora no Pub Fiction, um bar no outro lado da cidade).

Mais uma vez os amigos foram chegando ao Pub numa noite que, antes do show começar, parecia não ter motivado o pessoal a sair. Ledo engano. A bagunça dava seus primeiros passos quando o Engenheiros do Hawaí cover começou a tocar. As pequenas balançadinhas nas pernas mostravam que a galera já começava, aos poucos, se soltar.

o "Rock Presidencial" de "Nevilton", e a foto por Jorge Mariano!

Mais tarde subiram ao palco os três meninos que, em meio a plumas e paetês, óculos coloridos e colares hawaianos enrolados no pedestal do microfone, levantaram ainda mais o ânimo da galera que foi ao bar com diferentes intenções: uns já eram freqüentadores assíduos, outros foram para rever os colegas de Umuarama; também houve aqueles que foram para cantar em coro as músicas próprias da banda e ajudar a animar o resto do pessoal. Ah, e não se pode esquecer daqueles que, mesmo não gostando de bandas de rock com som autoral (principalmente com letras em português), foram por alguma razão desconhecida. E esses se surpreenderam, porque entre “delicadezas”, “ballets”, “doces de jabuticaba”, e até uma música que tecnicamente não existe (porque nunca foi gravada, mas acreditem: eu ouvi e a letra à la VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia só diz “dançando com a Cláudia Raia”), os saltitantes e inquietos meninos mandaram desde covers de Nirvana e Silverchair até uma homenagem à banda curitibana Poléxia. Foi show pra ninguém botar defeito! Digno de enfrentar demoradas viagens de ônibus. No final sempre vale a pena ver o tal do rock’n’roll bem feitinho e com qualidade, não importa em que cidade.

1 comentários:

Bruno disse...

Nossa! Essa menina vai longe; d'aqui a pouco 'tá na redação da Rolling Stone brasileira!

Meus parabéns, pessoal! A banda está começando a ter o reconhecimento que o talento d'esse pessoal merece.

Abraço,

Bruno