quinta-feira, 29 de maio de 2008

Crítico é quem domina

A crítica é por si só uma perturbação. No caso da crítica cultural, a perturbação à arte e ao artista. A impropriedade da crítica cultural, no que diz respeito ao conteúdo, não decorre tanto da falta de respeito pelo que é criticado. No gesto acusatório da crítica, o crítico mantém a idéia de cultura firmemente isolada, inquestionada e dogmática.

O crítico de arte sempre incorpora a diferença no aparato cultural que gostaria de suplantar - aparato que precisa dessa diferença para poder se apresentar como cultura. Então, ele faz dessa pretensão um privilégio seu, perdendo até sua legitimação, “remando contra a maré do teor da arte em que julga”. Contudo, ele não pode se descuidar, afinal, pode acabar tornando sua crítica tão obsoleta quanto tudo o que critica.

Se alguém estudasse a profissão de crítico encontraria certamente em sua origem um elemento usurpador. A função do crítico está ligada a sua liberdade de opinião. O conceito dessa liberdade é o mesmo que a sociedade impõe, uma idéia de liberdade espiritual latente na sociedade burguesa, na qual a crítica se baseia, possui a sua própria dialética.


A cumplicidade da crítica cultural com a cultura não reside na mera mentalidade do crítico. É ditada, sobretudo, pela relação do crítico com aquilo que ele trata. Ao fazer da cultura o seu objeto, o crítico torna a objetivá-la. A crítica cultural somente pode reprovar tão incisivamente a cultura por sua decadência apontada como uma violação da pura autonomia do espírito, uma prostituição, porque a própria cultura surge da separação radical entre o trabalho intelectual e o trabalho braçal. A existência da crítica cultural, qualquer que seja seu conteúdo, depende do sistema econômico que está atrelada ao seu destino, ou seja, toda arte está em ligação em condições econômicas e a crítica é que define os valores para determinada arte.

Já que estabelece ligação com a economia, então, toda arte ou profissão ligada à cultura está sujeita à avaliação da sociedade, uma avaliação que pode ser positiva ou negativa. Em função da exposição da cultura, o crítico pode ser até exagerado. Faz de sua análise o propósito de influenciar, na sociedade, o objeto da cultura avaliada. O crítico tem de ter uma “cultura superior” à cultura de massa, mas sem deixar de entendê-la, para que com isso possa influenciar e até persuadir a sociedade no seu modo de pensar e agir. Trocando em miúdos, deve-se conhecer muito bem o assunto, por mais bizarro que seja, para poder discutir com segurança, respeitando, claro, as opiniões alheias. Como diria a minha avó: "vejo tudo o que passa na TV, por pior que seja, porque só conhecendo é que vou poder falar mal". Assim, critica quem domina, não quem vive de aparências. Crítico pode ser eu, pode ser você e até a minha avó!

Ler Devia Ser Proibido!



Esta é uma campanha de incentivo à leitura idealizada, trabalhada e apresentada por: Deborah Toniolo, Marina Xavier, Julia Brasileiro, Igor Melo, Jader Félix, João Paulo Moura, Luciano Midlej, Marcos Diniz, Paulo Diniz, Filipe Bezerra. (Alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS - Universidade Salvador), com texto adaptado de Guimar Grammont (clique para o texto original) O vídeo foi encontrado no site Youtube.

Pensemos de onde surgem as invenções como aviões, espaçonaves, telefones, telefones celulares, televisão e demais utilidades que nos deixam bem confortáveis hoje. Certamente não é da mente de alguém sem imaginação. Nada mais do que uma ótima reflexão para aqueles que, ainda hoje, falam sem vergonha alguma: “Eu odeio ler”, como se fosse algum mérito ter a cachola vazia.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Mal-Estar Nosso de Cada Dia.

por Thiago Calixto


Medo, do latim metu, significa perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente ou da presença de algo estranho, perigoso. Medonho, portanto, que mete medo, horrendo. O que, homem, que lhe incute pavor? Muitos são os nomes, mas não são ditos. Não podem ser ditos.

Que é esse estado inundado pelo incomensurável vazio de existir?

Que dor é essa que lhe esculpe o corpo?

Que tristeza é essa que clama a pílula da ignorância?

Que fome é essa devoradora daquele seio destroçado?

Que sede é essa que o álcool não aplaca?

Que sintoma é esse que grita via agressão?

Que me diz desse fanatismo ansioso frente ao desamparo?

A compreensão dos meandros vitais da humanidade e como corolário, da sociedade hodierna e suas inter-relações, foi-nos legado, mediante a natureza atemporal da Psicanálise, cujo criador, reputado Sigmund Freud, nascido à pequena Freiberg, antiga Morávia engendrou, especialmente, nos idos de 1929.


Freud à época supracitada.


Trata-se do clássico “O Mal-Estar na Civilização”, resultado do investimento, incansável e laborioso, de sua pena ao papel, cuja atividade se manteve inflexível - considerando a extensão holística de sua obra, iniciada em 1886 e encerrada tão somente em 1940 com “Esboço de Psicanálise” – até ser vencido, em Londres, pelo câncer (boca e mandíbula).


O trabalho em questão.


Na ânsia de absorver essa comunidade designada humana, deixo aqui minha dica de leitura, árdua e inquietante, conforme os “preceitos” deste ilibado e democrático espaço Culturanja, sem obviamente me furtar de consignar assertiva freudiana quando da queima de uma pilha de seus livros pelos nazistas: “é um progresso o que está se passando. Na Idade Média, eles teriam jogado a mim na fogueira, hoje em dia contentam-se em queimar os meus livros”.

Nietzsche diria (...) “ó humano presta atenção”!

Seguindo a tradição, data maxima venia, VALE!


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Kurt Cobain : About A Son [2007]


No dia 05 de Abril deste ano de 2008, completaram 14 anos da morte de Kurt Cobain, certamente o artista mais revolucionário e controverso dos anos 90. Em 1994, ano de sua morte, ele estava com os perigosos 27 anos de idade, hoje seria um senhor rebelde – ou não – de 41. O fato é que Kurt será sempre lembrado como o jovem maluco que conseguiu seu espaço no grito, literalmente (triste ou raivoso), foi o cara que liderou o Nirvana e colocou o rock nos trilhos novamente depois de tanta purpurina e vídeo clip nos anos 80. Até hoje tudo o que leva seu nome provoca um comichão de curiosidade: será que ainda há algo a se saber sobre ele? Não, não há.

A curta vida de Kurt Cobain é assunto esgotado e é essa ausência de novidade o que se nota no documentário “Kurt Cobain About a Son - O Retrato de Uma Ausência”, lançado em fevereiro de 2007, dirigido por A. J. Schnack. A base do documentário foi uma série de entrevistas realizadas entre 1992 e 1993, em áudio, pelo músico e jornalista Michael Azerrad, que somaram um total de 25 horas de bate papo, devidamente reduzidas à 96 minutos.

A maioria das entrevistas foram realizadas durante as madrugadas, na casa de Cobain em Seatle e mostram um artista cansado da fama, do assédio da mídia e de como as pessoas criam expectativas idiotas sobre seus ídolos, o que por sua vez alimenta a indústria repugnante do mexerico e da fofoca.

Dave, Kurt e Krist, juntos foram o revolucionário Nirvana.

Cobain não adiciona nada de novo à sua biografia ou à imagem que carregamos dele em nossas mentes (e corações), talvez esta não era mesmo a intenção dos produtores do documentário, espero eu. O pai ausente, a mãe alcoólatra, a tia carinhosa, os amigos legais e os chatos, as drogas, as festas, a miséria, os dias e noites de mendigo nas ruas, o sucesso, o dinheiro e o aconchego de um lar e uma família no final, está tudo lá. Poderia ser a história de qualquer artista duro-na-queda do primeiro mundo, mas ele não foi qualquer um e está aí a diferença. Além do mais é interessante ouvir as histórias de sempre, contadas desta vez por seu protagonista, com suas observações e pontos de vista, sem o sensacionalismo e pedantismo da imprensa.

Percebemos um Cobain bastante lúcido, mas não menos melancólico. Uma pessoa preocupada com a imagem que passa aos outros e sua possível saída do mundo das drogas, pois agora tinha uma família a zelar e não iria cometer o mesmo pecado que seus pais cometeram com ele. Não queria que sua filha Frances tivesse uma cabeça perturbada como a dele. Em sua fala Cobain deixa claro a magnitude do trauma do divórcio de seus pais. O que dolorosamente impressiona são as inúmeras vezes nas quais ele menciona uma vontade incontrolável de estourar seus miolos em diversas fases de sua vida.

Os motivos reais de seu suicídio, naquele fatídico início de Abril, com um tiro de espingarda na cabeça, jamais serão conhecidos, mas o depoimento de Kurt nos permite sentir que ele preferiu morrer à cometer o mesmo erro que seus pais. Uma família sólida e feliz era algo muito importante para ele, e o risco dele – ou de sua fama - destruir tudo era muito grande.

A família Cobain: Frances e Courtney

Talvez a grande atração de “Kurt Cobain About a Son” seja mesmo o visual. Do Nirvana e de Kurt Cobain temos muito poucas imagens, mas podemos finalmente passear pelas tão imaginadas ruas de Aberdeen, Olympia e Seatle, sentir a textura cinza e úmida, o frio e o tédio de se viver em lugares como aquele. Uma trilha sonora deveras interessante, com canções de bandas admiradas por Kurt e que influenciaram seu som e modo de vida. As imagens do cotidiano com moradores locais nos fazem pensar no que Kurt Cobain já foi um dia: mais um na multidão entediada e triste de uma cidade moquifenta, com o sonho de ser algo mais do que um túmulo esquecido no fim dos tempos, no fim do mundo. Que bom que ele conseguiu o que queria, seremos sempre gratos.

O jovem Kurt.


Download de "Kurt Cobain About A Son" no site Makingoff.org.
É necessário cadastro, mas o site vale a pena.

*Adicionado em 05.04.2009: Os Ultimos dias de Kurt Cobain: Parte 1 / Parte 2

quinta-feira, 8 de maio de 2008

NÓS NÃO SOMOS IMPRÓPRIOS PARA MENORES À TOA, QUERIDA!

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Um Robert Crumb infeliz, vivendo com uns poucos amigos e nenhum sexo, só com seu talento para criar histórias fantásticas e pô-las no papel para publicação sob a forma dos quadrinhos, resolve desenvolver um novo personagem, uma forma de escapar às frustrações, o
alter ego dos pensamentos de Crumb - um ser que era esperto, elegante e autoconfiante -, o gato Fritz.


Conheçam Fritz o gato!

Quando Crumb chegava exausto do emprego odiado em sua casa, ele habituou-se a dedicar suas noites aos desenhos das aventuras de Fritz, um jovem felino acadêmico preocupado com conseguir garotas e livrar-se de situações "arriscadas" (imaginem uma paródia de James Bond com uma bola de pêlos presa à parede da garganta), mas não limitado a isso, porque em histórias mais recentes o autor abordava temas dos mais diversos por meio de Fritz, realçando o caráter de escape da criação, mudando de acordo com o que Crumb sentia necessidade de se afastar.

No fim, o animal de estimação de Robert fez sucesso, principalmente no movimento underground comix, sendo em diversas publicações colocado; destacando a Help! Que pertenceu ao antigo dono da famosíssima Revista Mad quando de sua circulação, sempre abordando nas cenas muitos intercursos sexuais e violência, especialidades de R. C.

O tempo então foi se passando, com a popularidade de Fritz o gato tornando-se maior e maior. Abriu-se-lhe o caminho da produção para dois filmes, classificados impróprios para menores, coisa que nunca acontecera antes com uma animação nos EUA. A censura não impediu o felino de brilhar nos cinemas, sucesso este que, sem embargo, também não era suficiente para agradar ao autor: Crumb estava tão insatisfeito com o resultado que, em 1972, n'uma das histórias Fritz o gato foi brutalmente assassinado por uma ex-namorada enfurecida, com um picador de gelo (sim, igual ao filme Instinto Assassino), nunca mais voltando a aparecer.


Cartaz de divulgação do 2º filme estrelando Fritz.

Sinto não lhes deixar uma ligação mais ágil à obra, mas uma busca ao sítio do 4share basta para aproveitarem esta dica. VALE!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Mutanteando no Culturanja - parte II - A missão

Não contentes com apenas sete perguntas para o “Mutante” Dinho Leme, essa semana, nós do Culturanja publicamos a parte 2, o lado B, da entrevista com o batera dos Mutantes. Mais respostas quentinhas, desabafos e claro, bom humor. Ah, e um vídeo com a música novinha, novinha no final. Confira:


CULTURANJA - Qual a principal diferença entre o público que freqüenta os shows agora e o da década de 70?

DINHO - Naquela época [anos 70] a gente tocava pra uma galera que participava de um grande movimento, um movimento pacífico. Você olhava do palco e todo mundo era cabeludo, barbudo e a gente também era assim [risos], aquela coisa hippie, sabe? Antigamente o nosso público, além de ser ligado a cultura, tinha aquilo como um modo de vida mesmo. Os jovens esperavam por mudanças, tínhamos esperança de mudar. Hoje não! Hoje o público é totalmente eclético. Todo tipo de pessoa está nos nossos shows. Claro que o mundo está diferente, e é engraçado porque não vemos só gente que curtiu Mutantes nos anos 70 nos shows de agora. Acho que é por causa da tecnologia. Isso me impressiona muito, facilita a comunicação e a divulgação de qualquer tipo de arte. Esses dias mesmo eu estava conversando com a menina que cuida da nossa comunidade no Orkut e ela disse que dos mais de 62 mil membros, 75% tem a faixa etária entre 16 a 22 anos de idade. É muito louco saber que temos apoio dessa galera nova.

Mutantes na década de 7o


CULTURANJA - Na semana passada vocês fizeram um mega show na Virada Cultural, em São Paulo, que reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas em plena madrugada paulistana e ainda lançaram a primeira música inédita em 34 anos, a "Mutantes Depois". Como é entrar de novo na mídia com uma canção nova em tempos de funks cariocas e modinhas consumistas?

DINHO - Acho que nosso som é autêntico. Um som sem vícios, sem pretensão de tocar no rádio. Aliás, Mutantes nunca fizeram hit pra tocar em rádio comercial. Esse lance de moda passa, daqui a pouco ninguém mais lembra. Quem é autêntico nunca some. Muita gente que foi no nosso show na Virada Cultural se emocionou. Amigos meus, da minha idade, que estavam lá se emocionaram. Uma menina de 17 anos, que também foi na Virada e que a gente acabou conhecendo, disse que saiu de Porto Alegre, foi sozinha pra São Paulo, escondida, fez uma viagem difícil, dormiu na rua só pra ver o nosso show. Tanta gente conhece nosso trabalho e a gente nunca precisou estar na moda.

Show dos Mutantes na Virada Cultural - de tanta gente, mal se via o palco. Foto por Lorena Lenara Batista

CULTURANJA - Desde quando vocês se reuniram em 2006, já pesavam em fazer um trabalho com músicas inéditas?

DINHO - Criar é a razão da existência. Não havia razão de a gente reunir os melhores músicos para apenas tocar algo que já foi feito. Quando a gente se reuniu em 2006, nós sabíamos que a Zélia estava conosco só de passagem. O Liminha ia tocar também, mas não deu por causa de alguns problemas. O fato é que eu e o Sérgio estávamos muito empolgados, aí depois da turnê em 2006, nós fizemos uma lista com oito ou nove músicas que já tínhamos a letra. Entramos em estúdio com o Vitor [teclados, flautas, viola, cello e vocal] e o Vinícius [baixo] e 2 horas depois a gente disse “Cara tá pronto! É isso!”, naquele momento a gente viu que tinha gás, viu que podia fazer algo muito legal, muito bonito e novo.

Show dos Mutantes em março de 2007, quando Zélia e Arnaldo ainda faziam parte da banda. Foto por José Mário Dias

CULTURANJA - O que o público pode esperar desses novos trabalhos do grupo? Algo que remete ao passado ou algo totalmente novo e com o já conhecido “toque mutante de experimentalismo”?

DINHO - As músicas não são simples e são criativas. A “Mutantes Depois” é a única baladinha. As outras são muito loucas, muito doidas mesmo. Não tem nem como explicar! Nós tivemos o privilégio de participar de um movimento cultural muito forte no passado. Não tem como escapar de fazer referência aos Beatles e à Tropicália porque a gente viveu aquilo e agradece a isso. Não tem como fugir dessas coisas do passado. O público pode esperar muita coisa misturada, como sempre costumamos fazer. Tem horas que eu me pego tocando tango, pra você ter uma noção. É difícil pensar numa banda que faz essa mistura normalmente.


CULTURANJA - Vocês não têm medo de que, mesmo com as músicas novas, a banda ainda continue vivendo de passado? Afinal, são inúmeros os sucessos.

DINHO - Não tem do que ter medo. Nós estamos fazendo algo novo, mas nunca vamos deixar de tocar os sucessos do passado. Os Rolling Stones mesmo, 90% dos shows deles são de músicas antigas. Só alguns arranjos são novos.


CULTURANJA - A imprensa divulgou que esse novo CD de vocês, previsto para ser lançado ainda esse ano, conta com a participação de Tom Zé, grande veterano da MPB, e a do cantor norte-americano Devendra Banhart, que foi descoberto em meados de 2002. Como aconteceu a parceria com esses dois músicos que vêm de gerações tão diferentes?

DINHO - Foi tudo muito natural. O Devendra vive passando e-mail pro Sérgio. Desde 2006 ele sempre perguntava quando íamos fazer algo e que tínhamos de chamar ele para participar. Aí quando o Sérgio mandou a música [Mutantes Depois] pra ele, resolvemos brincar e ver no que dava. Não duvido nada também que um dia role algo com o Sean Lennon. Já o Tom Zé é um membro da família, né? Vive aparecendo do nada nos shows. É um cara muito presente. Ele, que viveu tudo o que a gente viveu, diz que essa parceria está rejuvenescendo ele [risos].


CULTURANJA - O CD novo vai ser lançado por alguma gravadora ou vai ser uma produção com selo independente?

DINHO - Vai ser lançado pela Sony.


CULTURANJA - Vocês não têm medo que a gravadora, de repente, comece a moldar o som e a verdadeira proposta da banda com o intuito de vender CD?

DINHO - Pode até acontecer, mas não vai pegar porque não adianta, nosso som não é comercial. Dificilmente eles fariam isso. A gente está mexendo com pessoas que sabem quem são os Mutantes, que conhecem nosso trabalho, nossa proposta. Eles não vão jogar fora uma coisa que eles apostam numa época em que ninguém aposta em mais porra nenhuma!


Veja o vídeo com a primeira música inédita dos Mutantes em 34 anos, "Mutantes Depois", gravada em um show de divulgação lá no Teatro Municipal de São Paulo: