quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Mal-Estar Nosso de Cada Dia.

por Thiago Calixto


Medo, do latim metu, significa perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente ou da presença de algo estranho, perigoso. Medonho, portanto, que mete medo, horrendo. O que, homem, que lhe incute pavor? Muitos são os nomes, mas não são ditos. Não podem ser ditos.

Que é esse estado inundado pelo incomensurável vazio de existir?

Que dor é essa que lhe esculpe o corpo?

Que tristeza é essa que clama a pílula da ignorância?

Que fome é essa devoradora daquele seio destroçado?

Que sede é essa que o álcool não aplaca?

Que sintoma é esse que grita via agressão?

Que me diz desse fanatismo ansioso frente ao desamparo?

A compreensão dos meandros vitais da humanidade e como corolário, da sociedade hodierna e suas inter-relações, foi-nos legado, mediante a natureza atemporal da Psicanálise, cujo criador, reputado Sigmund Freud, nascido à pequena Freiberg, antiga Morávia engendrou, especialmente, nos idos de 1929.


Freud à época supracitada.


Trata-se do clássico “O Mal-Estar na Civilização”, resultado do investimento, incansável e laborioso, de sua pena ao papel, cuja atividade se manteve inflexível - considerando a extensão holística de sua obra, iniciada em 1886 e encerrada tão somente em 1940 com “Esboço de Psicanálise” – até ser vencido, em Londres, pelo câncer (boca e mandíbula).


O trabalho em questão.


Na ânsia de absorver essa comunidade designada humana, deixo aqui minha dica de leitura, árdua e inquietante, conforme os “preceitos” deste ilibado e democrático espaço Culturanja, sem obviamente me furtar de consignar assertiva freudiana quando da queima de uma pilha de seus livros pelos nazistas: “é um progresso o que está se passando. Na Idade Média, eles teriam jogado a mim na fogueira, hoje em dia contentam-se em queimar os meus livros”.

Nietzsche diria (...) “ó humano presta atenção”!

Seguindo a tradição, data maxima venia, VALE!


1 comentários:

Bruno disse...

Cara,

Eu li o futuro de uma ilusão mas fiquei com medo (!) de ler o "Mal-estar" em seguida, sabe: Freud pode realmente ser apavorante da forma mesma que foi e é ainda importante. Ótima dica ao pessoal, meus parabéns pela postagem; e fique à vontade para usar o "VALE", eu roubei do Miguel de Cervantes Saavedra sem nem sua venia huaeuaheauehauhea.