Imagine uma sociedade futura perfeita: sem crimes, sem conflitos, com igualdade social. Porém uma sociedade sem amor, desejo, vontades. Desprovida de cores, de chuva, tempestades, neve, sensações, memórias... É a partir deste cenário que a autora Lois Lowry enreda sua obra, intitulada “The Giver” ou “O Doador”. Intrigante e reflexivo, o livro narra à história de Jonas, um garoto que está prestes a completar 12 anos, e de acordo com a sociedade em que vive, é nesta época a qual o individuo recebe a determinada profissão, passando assim, por um processo rígido de treinamento. Por meio de uma “celebração dos 12 anos”, as crianças se encaminham para uma cerimônia a qual será “entregue” a devida carreira. A aventura inicia-se quando o pequeno Jonas recebe a profissão mais árdua e enigmática de todas, ser o novo Doador daquela coletividade.
Porém, as complicações afloram quando o menino descobre em meio ao seu treinamento: o sentir. Com a ajuda de seu treinador, o mais antigo “recebedor de memórias”, que guarda - apenas consigo – todo o conhecimento do mundo. Jonas principia um sofrimento interior, questiona os valores daquela sociedade visivelmente superficial e integralmente racional, e procura solucionar ao lado de seu instrutor uma forma de resgatar os valores perdidos.
A história lembra muito as primeiras teorias da ciência social: Positivistas/Funcionalistas, os quais tiveram influências do naturalista britânico Charles Darwin. Dizia Durkheim, um dos primeiros teóricos da sociologia, que o sujeito nasce para o coletivo. Acreditamos através de um conceito de liberdade que nossos pensamentos, comportamentos advém unicamente de nosso próprio EU. Segundo o teórico, a realidade social existe antes do ser humano vir ao mundo, o nível da força exercida por este fato social, nos influência até mesmo em nossas idéias, formas de pensar. Acredita-o, que essa consciência coletiva, é constituída por meio da cultura (educação, política, religião e etc.)

Não seria diferente para Jonas, que desde seu nascimento, seu desempenho fora baseado em influências de uma sociedade considerada, até então, perfeita. Conforme vai adquirindo conhecimento, e aprendendo por si mesmo distinguir as coisas, entra numa profunda confusão de valores... Continuar ou transformar? Conforme Durkheim, o correto seria adaptar-se, prosseguir realizando sua função, para que dê seqüência na coesão social. Porém, ao ganhar o conhecimento, Jonas não consegue simplesmente fingir, seria uma traição, todas as pessoas deveriam partilhar de todas aquelas lembranças e informações, saber que estão vivendo num mundo irreal e ilusório.
“Isso vem de gerações e gerações”, argumenta o treinador, não é possível transformar de um dia para o outro, as pessoas escolheram viver naquelas circunstâncias. O que para o sociólogo Durkheim, está corretíssimo: nascemos para o coletivo, e até mesmo o nosso olhar julgador, não é unicamente nosso, e sim, o olhar de todos. Lembra-me também, a teoria do sociólogo Karl Marx, que acredita em mudanças radicais, que o Positivismo é pura utopia.
Viver sem sentimento, conhecimento e memórias, nos faria parar de sofrer e seríamos mais felizes? Está é umas das perguntas que Lois Lowry nos deixa para meditar. Não deixe de conhecer esta incrível história!
Porém, as complicações afloram quando o menino descobre em meio ao seu treinamento: o sentir. Com a ajuda de seu treinador, o mais antigo “recebedor de memórias”, que guarda - apenas consigo – todo o conhecimento do mundo. Jonas principia um sofrimento interior, questiona os valores daquela sociedade visivelmente superficial e integralmente racional, e procura solucionar ao lado de seu instrutor uma forma de resgatar os valores perdidos.
A história lembra muito as primeiras teorias da ciência social: Positivistas/Funcionalistas, os quais tiveram influências do naturalista britânico Charles Darwin. Dizia Durkheim, um dos primeiros teóricos da sociologia, que o sujeito nasce para o coletivo. Acreditamos através de um conceito de liberdade que nossos pensamentos, comportamentos advém unicamente de nosso próprio EU. Segundo o teórico, a realidade social existe antes do ser humano vir ao mundo, o nível da força exercida por este fato social, nos influência até mesmo em nossas idéias, formas de pensar. Acredita-o, que essa consciência coletiva, é constituída por meio da cultura (educação, política, religião e etc.)

Não seria diferente para Jonas, que desde seu nascimento, seu desempenho fora baseado em influências de uma sociedade considerada, até então, perfeita. Conforme vai adquirindo conhecimento, e aprendendo por si mesmo distinguir as coisas, entra numa profunda confusão de valores... Continuar ou transformar? Conforme Durkheim, o correto seria adaptar-se, prosseguir realizando sua função, para que dê seqüência na coesão social. Porém, ao ganhar o conhecimento, Jonas não consegue simplesmente fingir, seria uma traição, todas as pessoas deveriam partilhar de todas aquelas lembranças e informações, saber que estão vivendo num mundo irreal e ilusório.
“Isso vem de gerações e gerações”, argumenta o treinador, não é possível transformar de um dia para o outro, as pessoas escolheram viver naquelas circunstâncias. O que para o sociólogo Durkheim, está corretíssimo: nascemos para o coletivo, e até mesmo o nosso olhar julgador, não é unicamente nosso, e sim, o olhar de todos. Lembra-me também, a teoria do sociólogo Karl Marx, que acredita em mudanças radicais, que o Positivismo é pura utopia.
Viver sem sentimento, conhecimento e memórias, nos faria parar de sofrer e seríamos mais felizes? Está é umas das perguntas que Lois Lowry nos deixa para meditar. Não deixe de conhecer esta incrível história!
Olá
ResponderExcluirSem dúvida, "O Doador" foi um dos livros mais inteligentes que eu já li na minha vida e ele pode nos ajudar a responder várias questões, assim como nos encher de dúvidas.
Por exemplo, estamos sempre em busca de algo mais, de melhorarmos, de aperfeiçoarmos. O que vemos na Mesmice é a realização do ideal. Ok, se existisse a sociedade ideal, como ela funcionaria. Quais seriam os seus pilares? A mentira? A nossa fortaleza da ignorância? A nossa superficialidade?
Podemos concluir que muitas vezes a sabedoria é um fardo pesado e nem sempre desejado, um fardo que pode nos levar do céu ao inferno. A ignorância pode ser um conforto e a mentira, mesmo que seja reprovável, em alguns casos, é preferível a verdade.
Essa sociedade também me remete à sociedade espartana (acho), onde aqueles que eram deficientes eram descartados, uma vez que não serviriam para a guerra (o caso dos "dispensados"). E me lembra também a vigilância do Grande Irmão de "1984".
OBS: desculpe pelos erros de digitação e concordância. Não reviso nada. :D