quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bazar Pamplona e a música que ninguém nunca escutou... Até agora!

"À espera das nuvens carregadas!". Foi assim que muitas pessoas saíram de suas casas no último sábado, para ver ao vivo uma banda de São Paulo que foi a Maringá se apresentar numa noite que provavelmente iria chover. Na fila que assolava a porta do "Tribo's Bar", um misto de emoção e uma ansiedade tremenda do público que já esperava há mais de um ano o retorno dos quatros meninos aos palcos paranaenses.

Foi depois do show da "Sexta Geração da Família Palim do Norte da Turquia" e antes da banda gaúcha "Apanhador Só" (que logo, logo o leitor verá por aqui), lá pela uma hora da madrugada, que em meio a cornetas, trombetas, megafones, flautas, guitarras, contrabaixos, bateria e palmas, mas muitas palmas, que a tal "Bazar Pamplona" começou a tocar. Exato, caro leitor, o nome da banda é "Bazar Pamplona"!

Show do Bazar Pamplona, no último dia 9, em Maringá, causou ansiedade no público que esperava há mais de um ano ver a banda ao vivo (foto por Jorge "Maravilha" Mariano, que está de aniversário hoje)


E por quê esse nome? Bem, isso o vocalista e guitarrista, Estêvão (sim, com dois acentos no nome) explica: "Então, ninguém sabe ao certo de onde vem 'Bazar Pamplona'. Existem várias versões. A que eu sei é que estávamos atrás de um nome, e uma amiga nossa queria de qualquer jeito ser homenageada. Ela sugeriu 'A Banda da Paloma'. Além de ridículo, achamos que ela não merecia homenagem alguma. Mas aí partimos da sugestão dela e fomos fazendo modificações no nome até chegar em 'Bazar Pamplona', que é o oficial da banda hoje. Mas pode mudar a qualquer momento", brinca.

Juntamente com João Victor (guitarra), Rodrigo Caldas (bateria) e Rafael Capanema (baixo), Estêvão e sua trupe, leva ao público apresentações performáticas, com direito a brinquedos de plástico, cartazes com letra de música (para a galera desavisada saber cantar) e bolinhas de papel para arremessar no baterista no final do show.

A banda existe desde 2005, quando quatro moradores de uma república de estudantes se reuniram 'para fazer um som'. Algumas influências são bem explícitas nas composições, como "Beatles" e o movimento da "Tropicália". Saiba que o "Bazar Pamplona", é essencialmente independente. Isso porque, muitas vezes, quando escrevem uma letra, imediatamente a gravam de uma maneira, digamos bem artesanal: no microfone do computador. Agora a banda acaba de lançar "À Espera das Nuvens Carregadas", seu primeiro álbum, produzido por João Erbetta (do grupo "Los Pirata") e lançado pela Monga Records, selo de Paco Garcia (também do grupo "Los Pirata"). O álbum é composto por um punhado de músicas que a banda já tocava em shows e disponibilizava em sites (e que já estavam na boca da moçada) além de algumas músicas inéditas. O CD, que custa em torno de R$ 20, já está à venda em alguns sites como o da Livraria Saraiva e o da Livraria Cultura. Mas para o leitor, ouvinte de primeira viagem dos bazares, vale dar uma olhada no site da banda para conferir o trabalho dos garotos. Uma boa dica, para quem nunca ouviu, é a música "Céu de Cinema Americano".


A galera desavisada conta com a ajuda de Estêvão, que mostra cartazes com a letra da música “Karen Cunha”, pra que todo mundo possa cantar junto



Foto Bônus
(mais uma do seo Jorge Mariano)

Quem abriu as apresentações no último sábado, foi A Sexta Geração da Família Palim do Norte da Turquia que encerrou seu show com a performance estupenda de Hassen Palim que se revelou um grande bailarino naquela noite! (desculpe Hassen, o mundo tem de saber desse seu dom)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mortos Assombram a Pequena Antares.


As famílias Campolargo e Vacariano lutam pelo domínio da pequena cidade de Antares, no Rio Grande do Sul, desde que foi fundada no quase imemorial passado dos pampas. Mas a situação política e social do Brasil inspiraram a classe operária a se rebelar contra a Burguesia local e declarar uma greve geral.

Para o azar de sete moradores da cidade: Quitéria Campolargo, a matriarca da cidade; Barcelona, o sapateiro anarquista; Cícero Branco, o poderoso advogado; João da Paz, jovem pacifista que foi torturado; o bêbado Pudim de Cachaça; o pianista suicida Menandro Olinda e a prostituta Erotildes, todos falecidos no mesmo dia, os coveiros da cidade também estão em greve e se aproveitam dos mortos insepultos para pressionar ainda mais os “donos da cidade”.

Apesar do desconforto, tudo correria normalmente se os sete mortos não resolvessem se levantar de seus caixões, deixados no portão do cemitério, e voltar à cidade para exigir um enterro descente e o descanso eterno. Aproveitando-se da liberdade que a morte lhes deu, se vingam dos desafetos e usam o coreto da cidade para revelar os podres dos cidadãos de Antares, de fatos políticos à aventuras sexuais e traições.

Mas não se assustem! Esta história aconteceu em 1963, na fictícia cidade e Antares, local escolhido por Erico Veríssimo, para ser o cenário de seu livro “Incidente em Antares”, que também já foi Mini-Série da Rede Globo. Vamos conhecer mais sobre este respeitadíssimo escritor brasileiro e sua obra.

Erico Lopes Veríssimo, considerado um dos maiores romancistas do país, é pai do Luis Fernando Veríssimo, também famoso escritor brasileiro. Ele nasceu em Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul, em 17 de dezembro de 1905. Durante a juventude Erico trabalhou em vários empregos diferentes até que em 1930 começa a publicar seus textos. Daí pra frente se dedica cada vez mais à literatura. De livros infantis à traduções de clássicos da literatura para o português, passando por coletâneas de contos seus até ensinar literatura brasileira em Universidades Norte-Americanas, Erico sempre se mostrou apaixonado por seu trabalho.

O Magnânimo Érico enquanto criava.

Em 1949 publica o primeiro volume da trilogia “O Tempo e o Vento”, um marco em sua carreira, considerado sua obra-prima. É uma trilogia com mais de 2.200 páginas, que consumiu quinze anos de trabalho. Esse ‘Senhor dos Anéis dos pampas’ conta a história do estado do Rio Grande do Sul de 1680 a 1945 (fim do Estado Novo), através da saga das famílias Terra e Cambará. É considerada a obra mais importante sobre o estado gaúcho e é dividida em três tomos: O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1962). Continuou produzindo muito e ganhando muitos prêmios nacionais e internacionais, mas em 28 de novembro de 1975, o escritor falece subitamente, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria “A Hora do Sétimo Anjo”.

Incidente em Antares, publicado em 1971, foi o ultimo romance de Erico. Influenciado pelo ambiente criado pela ditadura que marcava o Brasil de Vargas, propõe uma crítica ao regime totalitário que valoriza a instituição em detrimento do homem. É sem dúvida um romance político, que narra a disputa pelo poder e critica a sociedade e seus conceitos de honra e exploração econômica.

Capa antiga do Incidente em Antares.
Essa você acha na biblioteca do Colégio!


O livro é dividido em duas partes. A primeira conta a história da fictícia cidade de Antares, desde os seus primeiros registros, quando ainda era apenas uma propriedade rural na margem esquerda do Rio Uruguai. A grande sacada desta parte do livro é a forma que o autor casa perfeitamente a evolução do “Povinho da Caveira” - que se tornará Antares - com a história real do Brasil e dos pampas, incluindo a presença de grandes autoridades políticas do pais na cidade. Aspectos geográficos, sócio-políticos, costumes e curiosidades, tudo está lá, o autor consegue trazer a fictícia Antares para a realidade de uma forma mágica.

A segunda parte do livro se chama “O Incidente” e conta a incrível história que começou naquele dia 13 de dezembro de 1963, que contei no começo desta matéria. É sem dúvida alguma um livro delicioso.

Para quem quiser algo mais, veja esse resumão do livro, mas eu recomendo firmemente a leitura da íntegra. Existe uma edição de vinte e poucos Reais, da Companhia da Letras e, pasmem, já vi até aqui na Livraria Paraná, de Umuarama!

Capa da edição da "Companhia de Bolso".
Qualidade Companhia das Letras e bom para seu bolso.


Cena da Mini-série Global.

Link para mais algumas cenas da mini-série.

domingo, 3 de agosto de 2008

Nós somos os Super-Heróis!


Quando mais novo eu sonhava em ser um Super-herói. Ter poderes incríveis e ser invencível. Desta forma poderia me defender dos “fortões-encrenqueiros” do colégio e impressionar as meninas. Ah, é claro, também ajudaria a fazer do mundo um lugar melhor, ajudando e defendendo a todos que precisassem de ajuda (e assim impressionaria ainda mais as meninas!). Mas a gente cresce e esses desejos acabam perdendo força, já que aprendemos que somos apenas humanos, falíveis e mortais.

Um dia descobri que existe uma forma simples de realizar aquele sonho antigo de ser herói. Bom, na realidade existem várias maneiras, o mundo precisa diariamente de boas pessoas fazendo boas ações, mas falarei de uma em particular, a Doação de Sangue.

Doar sangue é um ato de extraordinária nobreza e simplicidade. Não envolve dinheiro, não prejudica ao doador, já que sangue todos temos de sobra (diferentemente do dinheiro). É simples questão de um pouco de tempo e boa vontade, o que se pressupõe que todos temos.

A demanda por bolsas de sangue é diária e imensa, mas não existe estoque para tanto, pois não há doadores o suficiente. Nos hospitais do nosso Estado estão as vitimas da violência ou do trânsito, pacientes que passaram por cirurgias e diversas outras pessoas que, fatalmente, precisam repor sangue perdido. Mas o que há de se perceber é que, independente dos motivos, são todos seres-humanos precisando de ajuda. Uma ajuda viável e simples, que está literalmente em nossas mãos (e no resto do corpo).

Minha história pessoal como doador pode servir para inspirar alguém, então lá vai:

Sala de Espera do Hemonúcleo

Na semana seguinte do meu aniversário de 18 anos, idade mínima pra ser doador, corri ao hemocentro de Umuarama e fiz minha primeira doação. Tendo doar voluntariamente a cada seis meses, e sou sempre muito bem recebido por lá. Algumas vezes minha saúde não permite a doação, pois além da qualidade do sangue, existe a preocupação com a saúde e o bem estar do doador. Bom, isso não me desanima e continuo a comparecer no Hemocentro periodicamente. O procedimento é rápido: em menos de 40 minutos se preenche os formulários necessários, faz-se a entrevista e doa-se o sangue. Depois ainda rola um lanchinho gostoso que só os doadores sabem como é bom. E tem mais, alguns dias depois da doação, você recebe uma carteirinha de doador e um exame completíssimo do seu sangue. Tudo de graça.

Numa das vezes, enquanto estava tomando meu lanchinho e conversando com as enfermeiras após a doação, elas disseram que o meu sangue estava indo direto para o hospital, pois havia uma moça – casada e com filhos - muito necessitada do meu sangue, e que eu iria salvar sua vida. Saber que meu sangue fez com que filhos continuassem a ter uma mãe viva para abraçar, que um marido poderia continuar a dar um beijo de bom-dia na esposa amada e que dezenas de familiares e amigos não derramariam lágrimas, mas brindariam o dia com sorrisos, me fez ser invadido por um sentimento de missão cumprida, talvez o mesmo sentimento que o Super-homem ou o Batman sentem quando salvam alguém. Naquele momento eu, assim como eles, era um Super-humano.

Muitas pessoas vão doar sangue para repor o utilizado por algum conhecido, mas creio que o grande prazer está na doação voluntária. Ajudar a quem não se conhece, apenas pelo ato de ajudar. Qualquer pessoa com idade entre 18 e 65 anos, boa saúde, mais de 50 quilos, portando algum documento com foto, desde que esteja bem alimentado, pode se candidatar como doador. Não existe motivo para ter medo, o seu organismo não vai mudar, você não vai emagrecer (que peninha...) ou engordar (ufa!); seu sangue vai continuar igualzinho, talvez até melhor, pois a quantidade retirada vai ser renovada por células novas; o material utilizado no procedimento é completamente descartável e o atendimento é feito em um ambiente limpo e acompanhado por profissionais de saúde capacitados. A satisfação é garantida!

A equipe mais sorridente e prestativa do Paraná.

A sala de doações.

Se você sentiu uma vontade louca de salvar vidas e, como eu, acha que doar sangue não é o suficiente, converse com o pessoal do Hemocentro sobre a doação de Medula Óssea. Ali mesmo existem folhetos explicativos e muita gente que entende do assunto para te ajudar a salvar mais e mais pessoas de formas diferentes.

Lembrando também da doação de Órgãos e Tecidos, a qual pode ser feita através da simples manifestação de vontade do doador. Portanto, deixe todo mundo sabendo da sua vontade de ajudar. Visite o site: http://www.adote.org.br e se informe mais.

Salvar o mundo todo pode ser coisa para os heróis do gibi, mas garanto que você não vai fazer feio salvando algumas vidas.

Para quem interessar, o endereço do Hemonúcleo de Umuarama é: Av. Manaus, 4.444, esquina com a rua Desembargador Lauro Lopes, ao lado do Centro Cultural Schubert, no Centro Cívico. O atendimento é realizado das 8h às 12h e das 14h às 16h.

Apareça por lá!


Espalhe a idéia, coloque o banner abaixo em seu blog ou site!

e faça o link para este endereço:
http://culturanja.blogspot.com/2008/08/ns-somos-os-super-heris.html