quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Trabalho na campanha não é só do candidato

Dizem por aí que sobre política e religião não se discute. Até ontem a noite, estava decidida a escrever sobre a tal religião, mas tendo em vista que faltam dez dias para as eleições, resolvi falar de política, ou seja, não sairei da ‘maldita’ discussão. Na verdade, sairei sim e tentarei discorrer sobre o assunto, a partir de algumas percepções que tive ao sair nas ruas da nossa cidade, Umuarama.

Esse é o ano que estou mais ‘ligada’ nesse ‘negócio’ que é a política. Ando cercada por ela, e muitas vezes, até de saco cheio dela. Em qualquer lugar que eu vou, vejo gente fazendo bolão de quem vai ganhar, gente que faz até contagem regressiva para o dia de votar.


Chegou a hora em que os ânimos afloraram! O clima de disputa aumenta cada vez mais entre os candidatos. É um tal de querer debater daqui, prestar contas dali... Enfim, todos procuram de algum jeito, mostrar o que será de Umuarama se forem eleitos.


Entretanto, o clima de competição parece ficar só entre os candidatos já que, há cerca de um mês, está sendo comum sair às ruas e ver pessoas de várias idades segurando placas, banners e bandeiras em praças, esquinas e canteiros centrais das avenidas. Tudo para apoiarem o candidato que acreditam ser o melhor. O mais interessante é que não é raro ver numa mesma esquina, pessoas segurando bandeiras e placas com nomes de candidatos ‘oponentes’ e que ao invés de ‘fecharem a cara para oposição’, conversam e até se ajudam na realização desse difícil trabalho.


É, mas sempre tem um engraçadinho que pode indagar: “Poxa! Ficar sentado o dia todo sem fazer mais nada além de segurar uma bandeira (por exemplo), deve ser moleza!” Mas agora imagine ter de passar o dia inteirinho debaixo de sol, de chuva, dias quentes, dias frios, de vez em quando, até ouvir desaforos de alguns que passam na rua e ainda não ter com quem conversar? Pelo menos, nesse último quesito essas pessoas estão amparadas, já que enquanto divulgam a imagem de seus candidatos, podem trocar idéias com outras pessoas que esperam o melhor para a cidade.


E ainda bem que elas se ajudam! Hoje mesmo, ao atravessar um cruzamento na Avenida Paraná, enquanto esperava o sinal fechar, me deparei no meio de uma conversa, na verdade uma conversa gritada. Uma senhora sozinha, que já devia ter seus mais de 50, estava em um canteiro central da avenida, debaixo dum sol quente (daqueles de deixar qualquer um com vontade de estar na praia), enquanto várias, mas várias pessoas no outro canteiro (os canteiros eram cortados por uma rua), também fazendo propaganda e para candidatos diferentes, convidavam-na a estar com eles: “O fulana (confesso que não prestei atenção no nome dela) vem aqui com a gente! Tá aí sozinha por quê?” E isso tudo em meio a buzinas e barulhos de motores dos automóveis.


Para fazer uma reportagem para um jornal, conversei com uma dessas pessoas que trabalham digamos ‘num escritório temporário ao ar livre’: a Laudicéia. A moça tem 26 anos e está nessa desde o dia 19 do mês passado, segurando uma placa no meio de um desses canteiros centrais. E essa não é a primeira vez que a jovem ajuda o candidato. Ela me contou que há cinco eleições trabalha para ele e faz isso porque acredita no trabalho do cara. Laudicéia começa às 7h15 e acaba o serviço no fim da tarde, às 17h30. O intervalo de meia hora de almoço não a permite ir até sua casa descansar, então, ela tem de comer todos os dias nas redondezas da onde passa o dia.


Faça chuva ou faça sol, Laudicéia está lá, firme atrás da placa. De vez em quando, como ela mesma diz, fica ouvindo uma música, depois conversa com a amiga Cristiane, de 23 anos, que tem a mesma função, mas fica a poucos metros de Laudicéia. E como faz para ir ao banheiro? A jovem responde em tom de brincadeira: “aí eu tenho de falar para minha amiga me socorrer e cuidar da placa para mim, porque não posso deixá-la sozinha!”.


Bom, conversei com muito mais pessoas, mas se fosse contar a história de cada uma delas, ninguém agüentaria ler até o final do texto. Aliás, queria deixar claro que esse texto não tem intenção nenhuma de fazer campanha pra fulano ou ciclano. Na verdade, queria mesmo mostrar como tem gente que ainda acredita que as coisas podem mudar e botam a maior fé no que está por vir. Elas não fazem isso por dinheiro, até porque não ganham nem a metade do que mereceriam ganhar para fazer o que fazem.


É... independentemente de quem ganhe, o candidato eleito vai ter de TRABALHAR bonito, seja na prefeitura ou na Câmara de Vereadores, para, no mínimo, agradecer o que esses umuaramenses têm feito nessa campanha.



Ah, e só por diversão, para quem ainda não viu, olhe só qual a nova empreitada do pai da 'porta dos desesperados' : http://www.sergiomallandro14800.can.br/

Quer rir ou se indignar em dobro? Então deixe a caixa de som do seu computador ligada ao acessar o link.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

"Posso estar só, mas sou de todo mundo."


Na sexta feira, dia 05 de Setembro, Marcelo Camelo lançou seu disco solo, o "Sou". O disco traz 14 canções repletas de boa inspiração, arranjos tranquilos, muita percussão, assobios, barulhos de mar e aquela paz que cultiva em suas músicas desde o Los Hermanos. Para quem já "é do partido" (ou seria do bloco?) , é um disco realmente muito gostoso!

Abre o disco com harmonias tortas e arranjos suaves de "Téo e a Gaivota". "Tudo Passa" vem com ginga, do tipo marchinha de Carnaval contemporâneo e o refrão em vários "Camelos" sopra esperança entre percussões várias. "Passeando" é uma peça para violão ou piano (faixa 3 e 14), a versão de violão traz um vocal que introduz o tema da próxima música: "Doce Solidão". Esta traz a mistura do sentir-se só com o sentir-se bem, e seus assobios, arranjo e melodia arrastado são de fazer arrepiar as canelas. As outras nove canções que seguem, trazem mais bons arranjos, melodias sussurradas, participações especiais de Mallu Magalhães e Dominguinhos, e letras muito bonitas. Você pode ouvir, baixar e ver as letras em http://callback.terra.com.br/marcelocamelo/ . Vale a pena a visita!

p.s.: o cara é mais louco que eu pensava... sempre gostei das letras e músicas, e confesso que me assutei quando soube do blog... pra gente que nunca se contenta com os layouts por aqui... ele tinha a propria solução sobre as cores das fontes, tamanhos de letras e etc. Quando tiver um tempinho, confira: http://g1.globo.com/Noticias/Colunas/0,,7403,00.html

segundo p.s.:

essa foto é excelente, né!? rsrsrs

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

FILMINHO BOM DA GOTA SERENA!


O universo do cinema nacional é repleto de filmes “cabeça”, cheios de metáfora e discurso sócio-político de meia-tigela. Para estes filmes a critica é sempre positiva, pois é mania nacional deixar uma mensagem que só quem estiver “ligado” vai entender. Isso pode até ser uma super diversão pra quem consegue ter alguns insights, mas chega uma hora que enjoa. Ainda bem que, mesmo com a crítica negativa puxado o pé à noite, alguns abençoados ainda insistem em fazer o cinema divertido, com o intuito apenas de entreter e contar boas histórias e este é o caso de O Homem Que Desafiou o Diabo, dirigido pelo eclético Moacyr Góes.

Baseado no romance As Pelejas de Ojuara, de Nei Leandro de Castro, que também é um dos roteiristas do filme, cujo elenco mistura grandes figuras do cinema e televisão com rostos poucos conhecidos do grande público. O já conhecido Marcos Palmeira interpreta Zé Araújo, um caixeiro-viajante e mulherengo de sucesso que seduz a filha de um comerciante turco e acaba obrigado a casar-se com ela. Quando percebe, ele é escravo do sogro na vendinha e da mulher em casa, logo é motivo de piada na cidade. Mas não por muito tempo.

Zé Araujo e sua turquinha.

Num belo dia, Araújo manda tudo praquele lugar e virado num Michael Douglas em “Um Dia de Fúria”, resolve sua vida e se transforma no caboclo da peste, que nada teme, de nome Ojuara (Araújo ao contrario) e cai no “oco do mundo”, enfrentando tudo (incluindo o próprio Diabo), tomando toda a cachaça que encontra e bulindo com qualquer moça que lhe apareça na frente.

A fama de duro na queda de Ojuara o precede, mas ele quer mesmo é chegar na terra de “São Saruê”, onde as montanhas são de rapadura e os rios são de leite, nada mais pitoresco. Mas a grande sacada do filme é juntar vários mitos nordestinos e costura-los através do cabra macho que vaga sertão afora enfrentando assombrações e fazendo coisas que ninguém consegue.

O Cão Pequeno!

Não espere uma análise profunda do folclore nordestino ou qualquer discussão sociológica para a pobreza do sertão, o que interessa para o filme é que o Sertão nordestino é muito quente, colorido, cheio de cachaça, loucura e até mesmo de romance. E seguindo o costume milenar dos filmes brasileiros e aproveitando-se da beleza das atrizes do elenco, O Homem Que Desafiou o Diabo conta também com incontáveis pares de belos peitos em cena, com destaque aos da Fernanda Paes Leme, que interpreta o grande amor de Ojuara, a bela moça de cabaré chamada Genifer.

A bela Genifer com seu par Ojuara.

Portanto, se você quer passar 106 minutos de boas risadas, belas paisagens, causos insólitos e uma aula de ditos populares e gírias nordestinas, esse filme é um prato cheio e merece muito ser visto. Mas também não precisa ir com muita sede ao pote, pois como disse o grande Ojuara: “Quando o pirão é demais, pode esperar caganeira”.



Não está satisfeito?! O Michael Douglas também não!


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Para calar as bocas e aumentar o som pros ouvidos

“A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia” e Maiara, uma grande amiga dos meninos

Não tão distante de Umuarama, a banda maringaense “A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia”, assinou no final do ano passado um contrato com a “Volume 1 Records”, um selo musical de renome, de São Paulo, que produz bandas que ainda estão no meio “underground”, se assim podemos denominar. A “Família Palim” tem cinco integrantes e todos eles carregam consigo codinomes, ou melhor, personagens, para se apresentarem: Hastür Palim, Hashid Palim, Hassanz Palim, Hastan Palim e Hassen Palim. Quando estão no palco, juram de pés juntos que são irmãos e fugitivos de Stambul. A banda surgiu no Brasil, como eles costumam brincar, em meados de 2003, levando para Maringá um modo divertido de fazer música. Os meninos já têm um primeiro disco, que leva o mesmo nome da banda.

Nesse sábado, às 23h, a banda se apresenta n’A Base, um novo bar de Maringá que fica na avenida Cerro Azul, 323. Lá, além de compartilharem o palco com os garotos do "Charme Chulo" (de Curitiba) e do "Zeferina Bomba" (de João Pessoa), os ‘turcos’ também lançam seu segundo CD intitulado “¿POR QUE NO TE CALLAS?”. Ah, e reza a lenda que haverá uma participação especial de Nevilton em uma música dos caras...
Bom, nós que não somos bobos e não deixamos nada para trás, conversamos com Fernando Pereira, ou melhor, Hastür Palim (como preferirem), que respondeu questões sobre como foi gravar o segundo disco, agora por meio de um selo musical.

Como surgiu a oportunidade de gravar um CD por meio de um selo? Partiu do interesse de alguém da banda ou foi uma espécie de “olheiro” que viu o show de vocês, curtiu e fez a proposta?

Na verdade trabalhamos o primeiro disco (Independente) por cerca de um ano, trabalhamos na base do intercambio de bandas, e foi num desses intercâmbios que conhecemos a piazada do Charme Chulo, que na época estavam entrando para o Volume 1. Para eles deu certo, e então nos indicaram e entramos!

Quais foram as principais diferenças na gravação e produção entre o primeiro e esse segundo disco?

A Principal diferença na gravação foi a entrada do baterista nosso irmão perdido, que deu um gás daqueles pra banda e trabalhou firmemente em cima das músicas! Além do que uma banda que grava um segundo disco já tem uma certa experiência de estúdio, o que facilita muito nas timbragens dos instrumentos e outras coisas. A banda também amadureceu musicalmente, não que tenhamos nos tornados músicos por excelência, mas já houve uma evolução!

Quanto tempo vocês demoraram para produzir?

Lançamos o primeiro disco em 2006, já no meio deste mesmo ano tínhamos músicas novas para um segundo disco. Uma banda igual a nossa não para, são cinco doentes “compondo” sem parar. Pensando assim foram uns dois anos da idéia concebida até a sua execução!

Já que é um CD que vai ser lançado por um selo, vocês vão ter alguma música de trabalho para divulgar a banda?

Mesmo sendo lançado por um selo, creio que a parte de “divulgação” fica por nossa conta, pois o selo é também um meio independente, então acho que falar música de trabalho é um tanto quanto exagero, é lógico que existem aquelas que ficam mais na cabeça, por exemplo: “Padre Quevedo não vai pro Céu” e “Acho que ela gostaria...”.

No primeiro disco, a distribuição era feita por vocês mesmos, em shows. E agora? Como vai funcionar a distribuição?

Continuaremos fazendo esse trabalho de “guerrilha”. Os discos serão vendidos na nossa mão mesmo, nos shows, no site www.familiapalim.com.br ou pelo orkut e myspace. Ah, ele custará creio que R$ 10.

Além da produção do disco, quais as outras vantagens de uma banda assinar com um selo musical?

Acho que uma das vantagens, principalmente, para uma banda de uma cidade pequena do interior do Paraná, onde as leis públicas de incentivo a cultura não existem, é o contato com os grandes centros, no nosso caso específico com São Paulo! Lançando um CD por um selo paulista, é lógico que as possibilidades da banda fazer shows em São Paulo aumentam demais!

*Fotos por Jorge Mariano


E o que é um selo musical, afinal?

Os selos não são gravadoras propriamente ditas, pois não possuem estrutura completa de contratação, gravação, divulgação e comercialização de artistas no mercado, e geralmente recorrem a outras gravadoras para realizar esse trabalho. Normalmente possuem uma pequena equipe de trabalho, pequeno cast de artistas e dependem de outras empresas fonográficas para gravar, divulgar, comercializar e distribuir.