Depois de muito tempo sem passar por aqui, resolvi dar uma desenferrujada na cabeça e novamente interagir nesse espaço que defino como "uma reunião cibernética de idéias entre amigos". Para isso, sentei na frente do computador e fiquei esperando algo vir à cabeça, mas nada vinha. Pensei em política, religião, sexo, cinema... Então resolvi ligar um som pra ver se algo espetacular me aparecia. Deixei a música rolando e quem escolhia o que eu ia ouvir era meu Winamp.
De repente, comecei a escutar uma música que há tempos não ouvia. Mal começou a introdução, já abri um sorrisinho no rosto e comecei a cantarolar alegremente num dia em que para mim nada parecia ter mais jeito. Isso já aconteceu com vocês? Ouvir uma música e por alguma razão ficar surpreendentemente feliz? Lembrar de coisas, pessoas, situações e até de cheiros? Pois é, aí não teve jeito, decidi escrever sobre o CD dessa banda que, na minha humilde opinião, é um achado na boa e velha Maringá: “A Inimitável Fábrica de Jipes”.
A Inimitável Fábrica de Jipes Como uma verdadeira fábrica de construir letras, criar sons e misturar elementos, a banda faz com que suas músicas cheguem embaladinhas às nossas casas e o melhor, sem defeito de fabricação.
Foi em 2002 que tudo começou (e me lembro como se fosse ontem, quando saía da minha casa, andava mais de 3 km a pé, só para ver constantemente a “Inimitável” tocar no antigo “Asterisco”). Em 2005, em meio a shows com bandas renomadas e participação em conceituados festivais de música, como o Femucic, a banda lançou seu primeiro CD: “O Dia em Que Seremos Todos Felizes!”. Depois dele, várias portas se abriram e a possibilidade de tocar no exterior apareceu, um marco para a banda maringaense.
Primeiro disco da banda, lançado em 2006 Mas como toda grande fábrica tem seus altos e baixos, a banda que também passou por trovões e tempestades, agora vê novamente o sol com o CD “Canções despedaçadas para juntar os cacos” (algo que aguardei ansiosamente por um tempão e que foi lançado no final do ano passado). O álbum emociona do começo ao fim. São 11 faixas a começar por uma declaração arrepiante de Carlos Pacheco e cai como um soco no estômago dos corações apaixonados; um poema feito na hora sem ensaios ou cortes. Além disso, com exceção da faixa 6, “Walking on the City” (do escritor e dramaturgo
Mario Bortolotto, aclamado pelo filme “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”), todas as letras do disco foram adaptadas do livro “Poesiacusticodinâmica”, de Rafael Souza, vocalista e guitarrista da banda.
Aliás, outro fato que chama atenção é que o CD inteiro foi gravado apenas por duas pessoas: pelo Rafael (que além das guitarras e da voz, também gravou os baixos) e por Igor Grande, baterista da Inimitável. Hoje, além dos dois músicos, a “Inimitável Fábrica de Jipes” conta com Ricardo Herrera (baixo) e Fernando Durán (guitarra e vocais).
Pouco tempo antes do lançamento do “Canções despedaçadas...”, os meninos tocaram no festival “Paraíso do Rock”, junto com os catarinenses do
Aerocirco e dos paranaenses do
Terminal Guadalupe e do
Nevilton. Na ocasião, o público aqui da região pode sentir a energia de um show dessa fábrica de fazer música boa.
Quem ainda não conhece, pode acessar
www.inimitavel.com. Lá, além de todas as músicas (com destaque para “Síndrome de Estocolmo”, “Nós em Nós” e “Walking on the City”, música que me fez abrir o tal sorrisinho e serviu de inspiração para que eu escrevesse este texto) vocês ainda encontram faixas bônus, vídeos, agenda e entrevistas com a banda.