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Escrito no pós-guerra, o livro “1984” é um dos maiores clássicos do século passado. O romance de George Orwell descreve uma visão pessimista de um futuro sombrio. O autor inverteu o ano no título para criticar que o totalitarismo vigente em 1948 não era obra apenas de ficção científica. Os editores preferiram inverter os últimos dígitos para não assustar ainda mais os leitores. O ano de 1984 passou e pouco do que foi escrito se concretizou. Provavelmente nos próximos anos oitenta teremos uma sociedade mais parecida com a que foi imaginada por Orwell, pois ainda estamos no estágio experimental do controle da população.
A teletela, o aparelho imaginado por Orwell, é um eficiente receptor e emissor de dados que não se compara às limitações dos aparelhos de TV e dos micro-computadores. Para garantir a manutenção do Partido (tratado como Estado), os setores mais importantes da sociedade eram controlados por elas, sempre sob a onipresença do Grande Irmão (ou Big Brother e antes que me perguntem, lá vem a resposta: sim, o livro tecnicamente também inspirou o programa de TV).
Baseado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, o livro não se resume a apenas criticar o stalinismo e o nazismo, mas toda a nivelação da sociedade, a redução do indivíduo em peça para servir ao Estado ou ao mercado através do controle total, incluindo o pensamento e a redução do idioma. A função de Winston Smith (personagem principal) é uma crítica à fabricação da verdade pela mídia e da ascensão e queda de ídolos de acordo com alguns interesses. No Miniver (Ministério da Verdade), ele alterava dados e jogava os originais no incinerador (Buraco da Memória) de tudo que pudesse contradizer as verdades do Partido.
Intrigante e ameaçadora, a obra, apesar de ser uma “visão de como seria o mundo em 1984”, deixa de lado o estereotipo corriqueiro de obras de ficção cientifica (que geralmente tratam o futuro como algo irreal). Indico a leitura principalmente a todos da área de comunicação. Com certeza, quem já leu, assim como eu, adorou!
2 comentários:
Gostei...gostei muiiito!
Eu diria que boa parte do que ele escreveu se concretizou, principalmente dentro da URSS, Cuba, China e similares.
Esse livro é obrigatório para qualquer pensador da atualidade.
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